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sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Verdade no dia da Mentira

O MOMENTO PARA SE FALAR A VERDADE



Todos nós temos a liberdade de falar o que pensamos e sentimos. No entanto, falar abertamente, na franqueza dos nossos sentimentos a respeito de alguma coisa, muitas vezes, pode causar um efeito contrário ao pretendido. A “verdade” que procuramos cultivar como virtude poderá ser classificada como uma atitude de grosseria ou parecer como um terrível ato de má educação no conceito da outra pessoa.
Todos nós temos o direito de expressar nossos sentimentos sobre um fato, porém, isso poderá resultar em situações pouco salutares aos nossos relacionamentos, principalmente quando faltarem a sabedoria e o discernimento para identificarmos “como” e o “melhor momento” de fazê-lo.
Quantas amizades, casamentos e outros tipos de relacionamentos esfriaram em função da franqueza aplicada ao modo de falar. Não é de interesse de ninguém viver mascarando seus verdadeiros pensamentos e opiniões sobre o que tem experimentado dentro do seu convívio. Entretanto, não nos estão reservados, com exclusividade, a situação e o momento que achamos ser os mais apropriados para se falar.
Muitas pessoas – ao viverem um acesso de descontentamento, e lançando mão do “direito” da franqueza – se permitem traduzir em palavras, com pitadas de raiva e frustração, suas impressões. Em outras ocasiões, enumeram uma lista de faltas sobre aquele que julgam não proceder a seu contento. Nesse momento, quase que em uma posição de desafio, firmam opiniões, – não querendo saber se o que têm a dizer é de interesse de uma platéia –, e acabam expondo e diminuindo aquele a quem consideram amigo.
Quais seriam os procedimentos elementares que deveríamos adotar quando estamos exercitando a liberdade de expressão?
Falar a verdade, muitas vezes, pode estar fundamentado na própria necessidade de desabafar, de jogar para fora o que está nos incomodando, ao invés de favorecer o crescimento da outra pessoa.
A verdade, que achamos necessário ser expressa, precisa – de antemão– , convencer e não ofender o nosso próximo, pois, por si só ela já desconcerta aquele que acreditava estar vivendo retamente. Se quisermos apresentar de forma franca nossa opinião, com o objetivo de trazer uma nova possibilidade de entendimento, de ensinar ou até mesmo de advertir alguém, “a sabedoria de um ancião” deverá controlar o ímpeto de um coração ávido do desejo de consertar o mundo.
Longe de se estabelecer uma técnica de observância para o melhor momento de se falar a verdade, está a necessidade de se apurar a sensibilidade para aplicar, – também nas palavras –, a prática do amor e da caridade. Isso não isenta os mais idosos, tampouco aqueles, que devido ao longo tempo de convivência, possam ter adquirido a falsa impressão de ter alcançado o direito de exprimir tudo o que pensam sobre os demais.
Em nome da sinceridade, que consideramos ser justa, podemos matar a possibilidade de alargar as fronteiras e de aprofundar nossas experiências de amizade.
(DADO MOURA)

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