Neste blog compartilho páginas de minha vida. Exponho minhas experiências, aprendizados, interesses, preferências, críticas, opiniões e também o meu dia-a-dia.
Ainda postarei a minha penosa aventura em busca do corpo perdido. Sigam-me os bons!!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Fazendo WRAP...

...WRAPIDINHO!!!

Vamos lá...é rápido mesmo!
(Perdão pela qualidade das fotos, mas esse meu problema já está sendo resolvido...)
"Wrap" quer dizer envolvido, enrolado.
Você vai precisar de:

Um pacote de RAP 10

Saladinha básica: tomate fresco, alface lisa e queijo de búfalo

Peito de frango defumado

Uma pastinha feita com ricota amassada, cream-cheese e tomate-seco picadinho (usei também uma colher de um molhinho do Carrefour chamado "Salse Amèricaine" - esse molho é tradicional, faz de conta que é o meu segredinho de receita...é bom!!!)

E aí é só dar uma esquentadinha na massa (que não é panqueca, não é pão sírio, não é tortilha...é Wrap!!)

Então comece e rechear

Além do tomate fresco, pus uns pedacinhos de tomate-seco

Enrolou...

...cortou e comeu! Ficou muito arrumadinho não, mas marido e filha gostaram mucho, mucho...

A seguir...as cenas dos próximos sabores... é com vocês!!!

1 ano de Blog



Olá amigas e amigos queridos! Parentes de todos os tipos e lados...Amigos novos e antigos...
Amigos vizinhos, amigos distantes, amigos de todo dia, amigos de todas as cores e religiões... amigos leitores e/ou seguidores... Amigos e amigos...que vez por outra dão uma passadinha aqui no blog para ler minhas mal traçadas linhas...essa sou eu...
Parabéns para todos nós neste dia 28 de fevereiro (ontem), onde o blog A BELEZA DE SER UMA ETERNA APRENDIZ fez um ano e você esteve aqui conosco!

Muito obrigada!
Luz e Paz para todos nós!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Oscar 2012


Eu estava realmente na torcida para que a melhor música original fosse a brasileira, "Real in Rio", de Carlinhos Brown e Sérgio Mendes, porque além de ter adorado a animação "Rio", a trilha sonora, na minha opinião, é de alta qualidade. Mas não foi dessa vez que conseguimos abocanhar uma estatueta. A música dos "Muppets" foi a vencedora.



Antes de conferir a lista dos ganhadores abaixo, gostaria de compartilhar um look que achei de longe o mais bonito do Red Carpet (só podia ser mesmo da cantora Katy Perry, que dias atrás mereceu um post aqui sobre os seus lindos vestidos).
Veja se eu não tenho razão:


...And the Oscar goes to:

Melhor filme - O Artista
Os Descendentes
A Árvore da Vida
Histórias Cruzadas
A Invenção de Hugo Cabret
O Homem Que Mudou o Jogo
Cavalo de Guerra
Meia-Noite em Paris
Tão Perto e Tão Forte
Melhor atriz
Meryl Streep – A Dama de Ferro

Glenn Close – Albert Nobbs
Viola Davis – Histórias Cruzadas
Rooney Mara – Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Michelle Williams – Sete Dias com Marilyn

Melhor ator
Jean Dujardin – O Artista

George Clooney – Os Descendentes
Brad Pitt – O Homem Que Mudou o Jogo
Demián Bichir – A Better Life
Gary Oldman – O Espião que Sabia Demais
Melhor diretor
Michel Hazanivicous – O Artista

Woody Allen – Meia-Noite em Paris
Terrence Malick – A Árvore da Vida
Alexander Payne – Os Descendentes
Martin Scorsese – A Invenção de Hugo Cabret

Melhor curta animado
The Fantastic Flying Books of Mister Morris Lessmore

Dimanche
La Luna
A Morning Stroll
Wild Life

Melhor documentário de curta-metragem
Saving Face

God is the Bigger Elvis
The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement
Incident in New Baghdad
The Tsunami and the Cherry
Blossom
Melhor curta
The Shore

Pentecost
Raju
Time Freak
Tuba Atlantic
Melhor roteiro original
Meia-Noite em Paris (Woody Allen)
O Artista
Margin Call – O Dia Antes do Fim
Missão Madrinha de Casamento
A Separação
Melhor roteiro adaptado
Os Descendentes

A Invenção de Hugo Cabret
Tudo pelo Poder
O Espião que Sabia Demais
O Homem Que Mudou o Jogo
Melhor canção original
"Man or Muppet" (Bret McKenzie)Os Muppets 
"Real in Rio" (Sergio Mendes e Carlinhos Brown) – Rio
Melhor trilha sonora original
O Artista – Ludovic Bource
As Aventuras de Tintim
O Espião que Sabia Demais
A Invenção de Hugo Cabret
Cavalo de Guerra

Melhor ator coadjuvante
Christopher Plummer – Toda Forma de Amor

Kenneth Branagh - Sete Dias com Marilyn
Nick Nolte – Guerreiro
Max Von Sidow – Tão Perto e Tão Forte
Jonah Hill – O Homem Que Mudou o Jogo

Melhores efeitos visuais
A Invenção de Hugo Cabret

Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2
Gigantes de Aço
Planeta dos Macacos – A Origem
Transformers: O Lado Oculto da Lua

Melhor animação
Rango

Gato de Botas
Kung Fu Panda 2
Um Gato em Paris
Chico & Rita

Melhor documentário
Undefeated

Hell and Back Again
If a Tree Falls
Paradise Lost 3: Purgatory
Pina
Melhor mixagem de som
A Invenção de Hugo Cabret

Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Cavalo de Guerra
Transformers: O Lado Oculto da Lua
O Homem Que Mudou o Jogo

Melhor edição de som
A Invenção de Hugo Cabret

Drive
Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Cavalo de Guerra
Transformers: O Lado Oculto da Lua
Melhor montagem
Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres

Os Descendentes
O Artista
O Homem Que Mudou o Jogo
A Invenção de Hugo Cabret

Melhor atriz coadjuvante
Octavia Spencer – Histórias Cruzadas

Bérénice Bejo – O Artista
Jessica Chastain – Histórias Cruzadas
Janet McTeer – Albert Nobbs
Melissa McCarthy – Missão Madrinha de Casamento

Melhor filme em lingua estrangeira

A Separação (Irã)
Bullhead (Bélgica)
Monsieur Lazhar (Canadá)
Footnote (Israel)
In Darkness (Polônia)

Melhor maquiagem
A Dama de Ferro

Albert Nobbs
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2

Melhor figurino
O Artista

Anônimo
A Invenção de Hugo Cabret
Jane Eyre
W.E. – O Romance do Século
Melhor direção de arte
A Invenção de Hugo Cabret

O Artista
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2
Cavalo de Guerra
Melhor fotografia
A Invenção de Hugo Cabret – (Robert Richardson)

Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres
O Artista
A Árvore da Vida
Cavalo de Guerra


CADÊ?

Texto muito legal do meu amigo blogueiro Léo (Leonardo Dantas). 
Viajemos no passado que não volta mais...

"Cadê a bola nas ruas...
Cadê o pião... a pipa... a topada... cadê a zoada...
Cadê a casa da vovó... Cadê a casa? Cadê a vovó?
Cadê os vizinhos... a vizinhança...
Cadê a liberdade... a tranquilidade...
Cadê a segurança?
Cadê as cartas... aqueles encontros... aquelas pessoas...
Cadê as pessoas?
Cadê a saudade... cadê a cidade... cadê o lugar...
Cadê a simplicidade... a sinceridade...
Cadê o amar?
Cadê a soneca... o sono profundo...
O dia comprido... Cadê o dia?
Cadê a padaria?
(a soda era ruim...)
(o bate-entope era bom...)
Por falar nisso... cadê o bombom?
Cadê o bandido... ladrão de galinha... cadê a galinha?
Cadê a cadela... a tigela... cadê a pitomba...
Cadê o “ponche”... o refresco...
Cadê a frescurinha... que entra na sala e sai na cozinha?
Cadê a menina... cadê a donzela...
Cadê a piada... cadê a calçada...
Cadê a igreja... o remoço... a Ave Maria...
Cadê Maria?
Cadê o passado... que não se vê mais...
Cadê o fiado... cadê o rapaz...
Cadê a palavra... cadê os valores...
Cadê os doutores... cadê os valores?
Cadê os valores?
Cadê os valores?"
(Leonardo Dantas)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Bolo de chocolate

Este foi o lanchinho calórico da quarta-feira "ingrata": Bolo de chocolate com recheio forneável, ensinado ontem mesmo por Ana Maria Braga no "Mais Você."

O recheio do meu bolo desceu um pouco, mas nem por isso deixou de ficar divino e maravilhoso!!
Vamos fazer: http://www.receitas.com/maisvoce/bolo-de-chocolate-recheado-de-forno-4f44c5be02d9397bba0016f3

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Jardim de Infância

TEXTO BELÍSSIMO DE PEDRO BIAL, QUE RECEBI HOJE DA AMIGA ZILKA...COMPARTILHANDO

 

Os vestidos de Katy

Ontem, meio sonolenta, assistindo a uns flashes da premiação do "Grammy Awards", não pude deixar de observar alguns looks das celebridades, especialmente o da lindíssima cantora pop americana Katy Perry, de 27 anos (segundo a "crítica de música" Carolinne Caiaffo, suas apresentações ao vivo são um fiasco...rsrsrsrs); mas deixando de lado o lado musical, vamos ao look. Esta cantora me chama atenção pela beleza, pela perfeição do corpo e principalmente pelos vestidos que vem usando em alguns eventos.  Ontem ela usou um super longo azul-bebê maravilhoso. Olha, não sei nada sobre os estilistas da cantora, mas algumas criações deles são de tirar o chapéu.
Abaixo todo o charme e o brilho do azul, usado ontem.

 

Outros vestidos da cantora de "Hot n' Cold".

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Petites Casseroles

Um charme da cozinha francesa!
Já comecei a minha coleção.


Assim que a Revista Caras anunciou a coleção "Petites Casseroles", na semana passada, vi estrelinhas. Pra quem não tem muito conhecimento na área de cozinha, eu explico: as panelas francesas "Le Creuset" são objeto de desejo de qualquer cozinheiro ou chef. Consideradas as rainhas das panelas, são feitas de ferro fundido com acabamento esmaltado e têm um colorido muito alegre. São artigos de luxo e muito caras. Existe uma tradição na Europa de que toda noiva deve ganhar uma panela dessa da mãe ou da sogra para ter sempre fartura à mesa no seu casamento.
Bem, mas voltando ao Brasil, as famosas panelas aportaram no país ano passado, numa loja-conceito instalada em Brasília. (Abaixo)



Essa coleção da Caras traz peças tradicionais na versão miniatura (sou fã de coisinhas pequenininhas) apesar de ser bem grande...
É, mas essa coleção não vai sair barata, a revista custa 9,90 e a peça vem grátis, mas tenho que estar toda semana nas bancas. Já conversei com o jornaleiro. Além disso, vou ficar por dentro de todas as fofocas das celebridades durante todo o ano...sem querer... mas no final vou preparar um "petit jantar" usando as receitas francesas sugeridas pela coleção. Eu e minhas invenções...



  
A coleção é composta por 39 itens: 1 La Grande Casserole, 2 Cocottes com Colher, 4 Petites Molheiras, 1 Support pour Petites Molheiras, 4 Cocottes com Cabo, 2 Ramequins pour Soufflé , 2 Petites Travessas Quadradas, 4 Petites Colheres, 2 Livros de Receitas, 2 Petites Casseroles Quadradas, 2 Sets de Table, 2 Petites Travessas Caneladas, 2 Sopeiras Francesas, 2 Pratinhos Coquille, 1 Panela pour Sauce, 2 Petites Casseroles Redondas, 1 Support pour Cocottes com Cabo, 2 Petites Casseroles Ovais e 1 Crepeira.

SAIBA MAIS AQUI

Ah!!! A pronúncia, segundo minha professora de francês, Carolinne, é "Casserrole", apesar de só ter um "R" na palavra. Acabei levando muito grito...kkkkkkkk

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

MÁRIO QUINTANA - um eterno aprendiz


Mário Quintana, poeta e tradutor gaúcho nascido em Alegrete, em 30 de julho de 1906, morreu em 5 de maio de 1994, em Porto Alegre. Trabalhou em vários jornais gaúchos. Traduziu Proust, Conrad, Balzac e outros autores de importância. Em 1940, lançou a "Rua dos Cataventos", seu primeiro livro de poesias. Ao que seguiram Canções (1946), Sapato Florido (1948), O aprendiz de Feiticeiro (1950), Espelho Mágico (1951), Quintanares (1976), Apontamentos de História Sobrenatural (1976), A Vaca e o Hipogrifo (1977), Prosa e Verso (1978), Baú de Espantos (1986), Preparativos de Viagem (1987), além de várias antologias.

Mário Quintana declamado por Paulo Autran


Leiam essa entrevista preciosa que achei no "Jornal da Poesia." O entrevistador, Lau Siqueira, poeta gaúcho, na época era casado com a jornalista paraibana Joana Belarmino. Joana foi minha colega de trabalho, no tempo em que trabalhei no Jornal O NORTE, jornal centenário, que subitamente fechou as suas portas no dia 1º deste mês.

A ENTREVISTA (concedida a Lau Siqueira e Joana Belarmino, no dia 16 de Janeiro de 1987):

"Caros amigos, em janeiro de 87, eu e minha ex-mulher, jornalista e hoje professora do Curso de do Curso de Comunicação da UFPB, estávamos em Porto Alegre visitando minha família e resolvemos entrevistar o poeta Mário Quintana que acabava de completar 80 anos.
A entrevista foi publicada pelo Jornal O Norte, no dia 25 de janeiro de 1987. Aquele momento, inegavelmente, foi um dos mais belos da minha vida. Além da entrevista, gozamos momentos de extrema amabilidade por parte do poeta. Segue aí a entrevista, na íntegra. Desculpem os prováveis erros, já que a emoção se renova. A revisão fica, pois, por conta de cada um. Minha intenção é, apenas, repartir essa exclusividade. Certamente que há muito de ingenuidade em algumas perguntas, mas, inegavelmente há uma riqueza na espontaneidade e na inteligência de respostas reveladoras que valem a leitura. Nosso objetivo não era construir um "quase ensaio" (como alguns panacas metidos) onde os entrevistadores fossem as grandes estrelas diante de um "entrevistado suporte", mas, apenas "bater um papo" descontraído com um dos mais originais poetas da Literatura de Língua Portuguesa. Bom proveito. Penso que temos aqui uma relíquia.

Há braços!

Lau Siqueira

 

Mário Quintana:  A ABL virou um depósito de ministros
 
Aos 80 anos, o poeta está mais avesso à Academia 

No verão, a cidade de Porto Alegre vai nos envolvendo aos poucos, com suas galerias, seus trombadinhas altivos... Às três da tarde, a Rua da Praia ferve de gente. Na praça da Alfândega, protestantes com seus discursos inflamados e um cego tocando música nativa em sua gaita, disputam ouvidos indiferentes. Cinco da tarde, o sol ficou mais fresco. Em alguma calçada da rua barulhenta, um velhinho caminha seu passo lento. Parece distraído, parece ausente, mas... ele é todo atenção aos ruídos, aos cheiros de pêssegos maduros e de jornais... aos sotaques dos turistas argentinos, uruguaios ou nordestinos.
E se alguém o surpreende de olhos fechados e comenta: "É o Mário Quintana, como está velhinho"... não percebe que ele está se lembrando de outra cidade, a Porto Alegre de sessenta, quarenta, oitenta anos atrás, tão mais calma, com suas carrocinhas de leite nas portas.
Dedicamos uma semana de nossas férias a Porto Alegre, quando voltávamos da fronteira, mas, não tivemos a oportunidade de surpreender o poeta em um de seus passeios. Fomos encontrá-lo no dia 16 de janeiro, no hotel onde reside: Porto Alegre Residence. Munidos de gravador e com as emoções todas saindo pelos poros, subimos ao oitavo andar e pressionamos a cigarra do 805.
Mário tem secretária. Ela disse que teríamos apenas meia hora para conversar com o poeta. Ele nos chamou para o seu quarto e pediu cafés.
É alegre e simples. Já não ouve muito bem, mas, pudemos constatar que ao longo desses anos todos, vividos quase que exclusivamente para a poesia, sua lucidez e um senso de humor incomparável se mantém inalterados.
Naquela meia hora alongada por vontade do poeta, sob os protestos da sua secretária, falou-se de poesia, de velhice, de Academia... entre muitas risadas de dois deslumbrados entrevistadores e de um menino, um velho, um sábio... sabemos lá!!!
Houve um tempo em que Mário Quintana ficou sem ter onde morar. Foi quando o expulsaram do hotel Magestic, no centro de Porto Alegre. Foi despejado, uma vez que o jornal onde trabalhava (Correio do Povo) tinha ido à falência. O poeta saiu e o hotel se transformou, ironicamente, na famosa "Casa de Cultura Mário Quintana".
Às vezes, com sua voz trêmula, ele faz pausas para se lembrar de palavras, coordenar frases. A gente tem a impressão que está se gastando em poesia. Poesia que ainda escreve diariamente, como se tivesse pressa, ou como se quisesse aprender sempre.
"Eu sou um eterno aprendiz de poeta e nunca soube fazer outra coisa na vida... No quarto ano do colégio, eu fui reprovado porque só estudava Português, Francês e História. O resto eu nem abria. Então meu pai me fez trabalhar na sua farmácia como prático. Depois de cinco anos fui fazer o que mais queria, trabalhar como jornalista no Jornal O Estado do Rio Grande".
E Mário fugia de tudo para perseguir a poesia. Publicou seu primeiro livro aos 34 anos, apesar de fazer versos desde menino. Desde então tem mantido a média de dois ou mais livros por ano. Este ano deverá publicar: "Da preguiça como método de trabalho" e "Preparativos para viagens".
Acabamos a entrevista, os papos se alongaram... já íamos sair quando o poeta nos mostrou um segredo: um painel de fotografias de Bruna Lombardi na porta do seu quarto (lado de dentro, lógico!). Confessou que não fica muito à vontade quando lhe pedem, freqüentemente, para falar de sua relação com a atriz: "Que coisa chata, como é que eu vou explicar uma amizade? Acho também que a amizade é um tipo de amor que não acaba nunca".
P - Existe alguma pergunta que os jornalistas sempre fazem e que você considera chata?
R - Não. O que existe é uma pedida chata. Há pessoas que dizem, por exemplo: "Seu Mário, faz uma dedicatória bem poética pra mim... Olha, o que eles entendem por poética me deixa horrorizado.
P - Quando foi que a poesia entrou na sua vida?
R - Eu comecei a fazer versos desde que me entendi por gente. Eu acho que ser poeta não é uma maneira de escrever, é uma maneira de ser. Assim, como nascem pessoas de olhos azuis ou pretos, nascem também os poetas. Mas eu só publiquei mesmo o meu primeiro livro muito mais tarde. Os poetas novos têm ânsia de publicar logo, eles deveriam esperar ficar mais amadurecidos pela vida, não é? E assim, iriam amadurecendo também o seu instrumento, que são as palavras. O poeta quando mais velho tem tendência de ficar melhor, com o estilo mais depurado. Viveu mais, não é?
P - Você acha que Mário Quintana já está pronto, é um bom poeta?
R - Olha, eu sou um eterno aprendiz. Porque o poeta que descobre uma fórmula, ganha renome, não quer outra vida, e fica conversando com os amigos sentado em cima do muro sem se espetar, esse está perdido, porque eu acho que a poesia não é mais que a procura da poesia, como acho que também Deus se resume na procura de Deus. Eu publiquei meu primeiro livro aos 34 anos. Foi "A Rua dos Cataventos".

P - O que você acha da velhice?
R - Eu acho que é uma pena. Só que eu queria ter nascido 40 anos antes, e não oitenta anos antes (risos). Tudo isso eu já vivi, sabe? Quando o diabo me chamar eu já estou pronto.
P - Você já viveu oitenta anos. O que é que mudou em Porto Alegre desse período pra cá?
R - Olha, naturalmente o que mudou foi a arquitetura, não é? Eu vejo sempre uma cidade dentro da outra e lembro aquela cidade antiga. Mas pra me lembrar dela eu tenho que fechar os olhos (risos). Porto Alegre, antigamente, era muito mais calma. Não havia tantos assaltos, tanta violência... eu nasci no tempo das vacas gordas. Antes, o leiteiro deixava o leite na porta de casa e ninguém roubava. Hoje roubam até as galinhas dos despachos. Os tempos mudaram, os costumes, mas a vida continua a mesma. Eu não sou como aqueles velhos que dizem: "Ah, os bons velhos tempos..." eu tenho vontade de dizer para eles: "Olha seu moço... seu moço, não, seu velho. Os tempos são sempre bons, o senhor é que não presta mais... (risos).
P - Você continua a escrever poesia com freqüência? Publicará algum livro este ano?
R - Olha, eu não sei fazer outra coisa na vida. Este ano vou publicar dois livros: Um diário poético, com pensamentos sobre cada dia. No dia universal da mulher, por exemplo, eu escrevi o seguinte: " De cada dois gambás - eu não sei se na Paraíba se usa a palavra gambá para se definir um bêbado - um é porque não tem mulher e o outro é porque tem. (risos).
P - Já se tentou três vezes colocar o seu nome na Academia Brasileira de Letras e não se conseguiu. Qual é, agora, a sua relação com a Academia?
R - As minhas relações com a Academia foram sempre boas, eu sempre me dei com gente de lá. Não estou dizendo que "as uvas estão verdes", mas, na verdade eu nunca quis pertencer à Academia. O pessoal de mentalidade futebolística não se satisfazia com apenas um nome gaúcho no time e achavam que devia ter outro lá. Resolveram me candidatar. Quando me candidataram da primeira vez, eu recebi o recado de um senador, que estava tudo preparado para entrar o Portela, os votos já estavam prontos e que eu deveria desistir... e eu disse para ele, por telefone, que não haveria de desistir porque o pessoal iria pensar que era covardia minha. E seria muita desconsideração de minha parte. Aliás, eu não gosto de Academia e jamais quis pertencer a ela porque a gente perde um tempo enorme recebendo visitantes estrangeiros de valor muito suspeito. Se pensa que ser estrangeiro é grande coisa, que se francês ou inglês é uma raridade e não é bem assim. Depois, na Academia, se começa a discutir quem vai ser o sucessor de quem, se recebe impressões de toda a parte para se votar e eu acho que isso atrapalha a vida do camarada, não é? Eu acho que ultimamente a Academia virou um depósito de ministros e com o perdão de alguns amigos que eu tenho lá, um asilo de velhos. Mas eu não tenho nada contra a Academia. De fato não há contradição minha em lamentar que não tenha sido eleito porque eu tencionava fazer tudo pela Academia, se fosse eleito. Acho que, antes de tudo, ela deveria ter muita gente jovem. Eu acho que já seria uma renovação e acabava com aquela coisa. Na academia, já não gostaram muito de mim porque dois anos antes da minha candidatura eu tinha dito que a Academia era uma espécie de sociedade recreativa e funerária (risos).
P - Como é o dia-a-dia de Mário Quintana?
R - Bem, eu acordo de manhã, vivo de dia e durmo de noite. Não tem nada de especial. Eu escrevo, ando, visito amigos...
P - Mário, cita dois ou três poetas brasileiros que você considera bons.
R - Olha, eu não gosto de citar. Eu só citarei um para evitar, depois, emissões inadvertidas ou divertidas. Eu citarei o Carlos Drummond de Andrade que é um dos poetas mais complexos do nosso País.
P - Mário, você fala muito do amor nos seus poemas. Mas, você não se casou, não teve filhos. Como explica isso?
R - Talvez porque não tenha tido tempo. Eu andei muito. Antes eu trabalhava em Alegrete, cidade onde nasci. Ali fui prático de farmácia. Mas quando estava esquentando uma coisa eu mudava para outra. No quarto ano do colégio eu fui reprovado porque só estudava Português, Francês e História. O resto eu nem abria e um dia meu pai disse: "Olha, você não quer estudar. É uma pena, mas, vagabundo não te quero. Vais trabalhar na minha farmácia. " E eu fui prático de farmácia por cinco anos. Depois quando ele faleceu, eu fui fazer a única coisa que eu gostava: fui trabalhar de jornalista no Estado do Rio Grande. Quando as coisas estavam esquentando de novo o Governador mandou fechar o Estado do Rio Grande. Era o Flores da Cunha. Ele era um velho caudilho (risos). Aí fui trabalhar na Gazeta de Notícias, no Rio. Isso em 1936. Estive lá dois anos e aí fui trabalhar na Livraria do Globo. E sempre andando de um lado para o outro. E aí não tive tempo. Como é que vou saber porque é que não casei. Deve ter sido por causa dos astros, né? Vamos culpar os astros (risos).
P - (Joana) - Casou com a poesia?
P - (Lau) - Não, a poesia não é um casamento. É um caso, não é?
R - Ah... a poesia é um caso mesmo!
P - Quantos livros você traduziu?
R - Eu traduzi para a Livraria do Globo, cento e trinta e oito livros. No tempo em que eu era criança, o francês era moda e a minha mãe era professora de francês. Então, quando a gente, por exemplo, não queria que os empregados soubessem o que a gente estava dizendo, aí se falava em francês. Grande parte da revolução de 23, por exemplo, foi preparada em francês, porque se reuniam as senhoras dos oficiais para tomarem chá e comunicavam as coisas todas em francês. Imagine que na minha terra, em Alegrete, se fez revolução em francês. Que barbaridade! Naquele tempo as comunicações com a Europa eram bem mais fáceis que hoje. A França era a capital literária do mundo. Eu, quando estava na farmácia do velho, tinha conta numa livraria francesa. Eles mandavam os boletins e eu encomendava. Tudo vinha direto de Paris para Alegrete.
P - Que recado você vai mandar para os paraibanos?
R - Ah, eu quase fui morar na Paraíba. Porque eu servi na revolução de trinta e quando houve aquela batalha de Itararé (que não houve) eu estava na cidade de Rio Branco, no norte do Paraná. Aí se chegou a um acordo e o tenente, que era da Paraíba, me ofereceu o cargo de tenente-contador. Mas eu disse pra ele que não pretendia ser soldado, nem prosseguir no serviço militar porque preferia voltar para o Sul. Isso aí por um lado foi bom, não é? Porque depois houve um golpe na Paraíba, imagine, eu poderia ter morrido... (risos)"


CITAÇÕES DE QUINTANA

"A amizade é um amor que nunca morre."

"Há 2 espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e ... os amigos, que são os nossos chatos prediletos."

"Tão bom morrer de amor e continuar vivendo."

"O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..."

"O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você."

"A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda."

"O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente."

"O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso."

"Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer."

"Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro."

"Não importa saber se a gente acredita em Deus: o importante é saber se Deus acredita na gente..."

"Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!"

"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem."

"Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas..."

"Esses que puxam conversa sobre se chove ou não chove - não poderão ir para o Céu! Lá faz sempre bom tempo..."

"Melancolia...maneira romântica de ficar triste."

"Dizes que a beleza não é nada? Imagina um hipopótamo com alma de anjo... Sim, ele poderá convencer os outros de sua angelitude - mas que trabalheira!"

"Não me ajeito com os padres, os críticos e os canudinhos de refresco: não há nada que substitua o sabor da comunicação direta."

"Se alguém te perguntar o que quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo..."

"Minha vida é uma colcha de retalhos. Todos da mesma cor."

"No fundo, não há bons nem maus. Há apenas os que sentem prazer em fazer o bem e os que sentem prazer em fazer o mal. Tudo é volúpia..."

"A indulgência é a maneira mais polida de desprezar alguém."

"POEMINHA DO CONTRA
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!"

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

TABASCO

 
Sou uma pessoa que gosta muito de gastronomia e adora temperinhos. Mas mesmo que você não seja como eu, certamente conhece Tabasco.



A marca de pimentas é muito antiga. Foi criada em 1868 e hoje é possível encontrar molho Tabasco em qualquer lugar do planeta, desde lanchonetes de esquina até restaurantes finos. O molho de pimenta é utilizado em vários pratos e até o drink Bloody Mary não seria tão bloody sem Tabasco.
Apesar de estar tão próxima de todos, sendo inclusive uma das marcas alimentícias mais famosas do mundo, muitas pessoas devem desconhecer a história e algumas curiosidades do molho que nos rodeia.
Edmund Mc Ilhenny, um banqueiro americano falido, produzia molhos picantes para seu próprio consumo, no período pós Guerra Civil. As pimentas utilizadas eram da casa da família, em Avery Island, onde eles ainda tinham uma mina de sal. Acredita-se que Tabasco seja uma palavra originária do idioma de uma tribo antiga mexicana e que significaria “quente e úmido”. A empresa ainda hoje é dirigida pela quarta geração da família.
Após a popularização do molho, a pimenta cultivada pelos Mc Ilhenny não era suficiente, então começaram a plantar em alguns países como Colômbia, Guatemala e Brasil. Após sua colheita, a pimenta é esmagada no mesmo dia com sal da mina de Avery Island. Essa mistura é 10 vezes mais forte que o produto final e em seguida é armazenado em barris por 3 anos. Depois de filtrado, adiciona-se vinagre de alta qualidade e os barris são movimentados para misturar o conteúdo a cada 8 minutos, durante 1 hora. Após 30 dias e depois de mais uma chacoalhada, tá pronto.
Hoje, a fábrica produz 750.000 garrafas por dia e exportam para mais de 160 países, sendo o Japão seu principal consumidor externo, seguido pelo Reino Unido. Inclusive a Rainha Elizabeth curte uma pimenta, tanto que em 2009 certificou o produto com o Selo Real de Garantia, dado à Mc Ilhenny Company.




É ardido mas todo mundo gosta.
Escolha o seu:

- Tabasco® Verde (Green): pimenta jalapeño verde que é o mais suave.

- Tabasco® Alho (Garlic): combinação das pimentas tabasco, cayenne e jalapeño vermelha com alho, também considerado suave mas com adição do alho.

- Tabasco® Chipotle: feito com a pimenta jalapeño vermelha defumada (aquele molhinho do sanduíche da Subway...HUMMMM.....)

- Tabasco® Red original (o segundo mais picante)

- Tabasco® Habanero: pimenta habanero com leve sabor frutado (esse molho é o mais forte ou mais picante, porque contém a pimenta jamaicana habanero e uma mistura de ingredientes exóticos e frutas).

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

ARUANDA - Terra de promissão

Quando eu era aluna de Comunicação, assisti, junto com meus colegas de turma, ao curta "Aruanda", projetado numa parede de uma saleta do NUDOC - Núcleo de Documentação Cinematográfica - UFPB, exibido por seu criador e produtor, nosso professor de "Cinejornalismo" e "Argumento e Roteiro", Linduarte Noronha. Como disse o colega Dalmo da Silva: Um Luxo!!
Linduarte, cineasta pernambucano/paraibano, considerado o precursor do Cinema Novo, conta que em 1960 foi buscar todo o equipamento para trabalhar no Rio de Janeiro e trouxe para o Nordeste, porém ninguém acreditava que ia sair nada que prestasse. Resultado: depois de "Aruanda" nunca mais o cinema brasileiro foi o mesmo. Tá aí mais um exemplo de quem acreditou e se arriscou em busca de seus objetivos. Lembranças do professor, que faleceu esta semana.