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quarta-feira, 6 de abril de 2011

O cavaleiro que virou Presidente


João Figueiredo foi um político e militar brasileiro, tendo sido o 30° Presidente do Brasil (1979 a 1985). Fui o último presidente militar. Nasceu no Rio de Janeiro. Era apaixonado por cavalos, tendo sido Comandante do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas de 1967 a 1969.
Foi eleito Presidente do Brasil em 1979, pelo Colégio Eleitoral com 61,1% dos votos. Seu mandato foi marcado pela continuação da abertura política iniciada no Governo Geisel. Em seu discurso de posse pronunciou a famosa frase em que dizia que “faria deste país uma Democracia”. Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados terroristas, atribuídos a setores da direita e militares da linha-dura. Figueiredo atribuía os atentados aos “bolsões radicais porém sinceros”, ou seja, militares linha-dura que não queriam que a abertura política de Figueiredo fosse em frente, por medo de revanchismo, caso a oposição chegasse ao poder.
Para lhe suceder na presidência, escolheu o paulista Paulo Maluf. Do outro lado o mineiro Tancredo Neves apresentou-se como candidato. Em 15 de Janeiro de 1985, a última eleição indireta do Brasil deu 480 votos para Tancredo Neves e 180 para Paulo Maluf. O vitorioso porém não chegou a governar, pois foi internado na véspera da posse devido a um problema de saúde que o obrigou a se submeter a sete cirurgias, vindo a falecer em 21 de abril do mesmo ano.
Foi sucedido na presidência por José Sarney (seu antigo desafeto partidário), vice de Tancredo Neves, eleito indiretamente pelo Congresso Nacional. Figueiredo não quis entregar a faixa presidencial a Sarney na cerimônia de posse, pois o considerava um “impostor”, vice de um presidente que nunca havia assumido.
Depois de seu governo, afastou-se definitivamente da vida política. Ficou célebre a sua "declaração de despedida", dada ao jornalista Alexandre Garcia para a extinta TV Manchete: "Bom, o povo, o povão que poderá me escutar, será talvez os 70% de brasileiros que estão apoiando o Tancredo. Então desejo que eles tenham razão, que o doutor Tancredo consiga fazer um bom governo para eles. E que me esqueçam".
O ex-presidente faleceu no Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de 1999 com insuficiências renal e cardíaca.
 João Figueiredo e Ronald Reagan

Durante e depois de seu mandato, João Figueiredo ficou conhecido pela extrema franqueza das suas declarações. Eis algumas:
  • Sobre a abertura política: "Quem não quiser que abra, eu prendo e arrebento!"
  • Sobre o exercício do poder: "Prefiro cheiro de cavalo do que cheiro de povo".
  • Sobre a realidade econômica do país: "Sei que o Brasil é um país essencialmente agrícola. Viram, não sou tão ignorante quanto dizem".
  • Sobre as peculiaridades do Rio Grande do Sul: "Durante muito tempo o gaúcho foi gigolô de vaca".
  • Em resposta a um menino que perguntou o que faria se recebesse salário mínimo: "A única solução é dar um tiro no coco".
  • Em resposta aos estudantes que o insultavam durante visita a Florianópolis, em Santa Catarina: "Minha mãe não está em pauta".
  • Sobre os rumores de um golpe contra Tancredo Neves: "O que sei é que no dia da posse vou embora de Brasília levando apenas minhas mulheres". Diante do espanto, a primeira-dama Dulce Figueiredo esclareceu: "É assim que ele se refere aos cavalos".
  • Em resposta ao jornalista André Luiz Azevedo, quando perguntado se o Ato Institucional nº 5(AI-5) faria aniversário: "AI-5? Quem é esse menino?".
  • Em resposta à jornalista Leila Cordeiro, quando perguntado se seria candidato ao governo do Rio de Janeiro: "Tenho juízo, não sou maluco".
  • Sobre a militância política da classe artística: "Uma coisa que nunca entendi é porque todo artista, como esse tal de Caetano Veloso por exemplo, tem de ser dessa tal de esquerda".
Durante uma de suas visitas ao Nordeste, o ex-presidente esteve na Paraíba, em julho de 1980. Foi recebido no aeroporto com uma solenidade promovida pela Sociedade Hípica Paraibana. Nesta época eu era praticante do Hipismo e era a única amazona mirim que treinava na Hípica, em meio a 9 garotos. Por este motivo fui escolhida para recepcioná-lo e passar para as suas mãos o título de “Sócio Honorário da Sociedade Hípica Paraibana”. Eu tinha 14 anos e uma grande responsabilidade. Fiquei impressionada com o carinho e atenção com que o presidente tratou os nossos cavalos que lá se encontravam, passando por todos, como se cumprimentasse cada um, numa revista descontraída. Levei um presente particular e lhe entreguei um chapéu de couro, uma lembrança bem paraibana. Em agradecimento, dias depois recebi uma atenção especial do presidente:
As fotos dos fatos:
O presidente recebendo o título ao lado do então governador Tarcísio Burity e outras autoridades.
Do lado esquerdo da foto, segurando uma maleta, o brilhante jornalista Alexandre Garcia,
 que na época era repórter da presidência

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