Neste blog compartilho páginas de minha vida. Exponho minhas experiências, aprendizados, interesses, preferências, críticas, opiniões e também o meu dia-a-dia.
Ainda postarei a minha penosa aventura em busca do corpo perdido. Sigam-me os bons!!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

DESABAFO

Sou Católica e a ordem lá em casa é respeitar as pessoas e as suas escolhas. Lembrando que respeitar não é sinônimo de concordar. Duas das minhas amigas mais queridas são evangélicas e elas sabem bem o quanto eu respeito nossas diferenças. Tocando agora num assunto polêmico, porque um recente acontecimento abalou minhas estruturas. Uma conhecida, distinta senhora, ex-drogada, ex-beberrona, ex-dor-de-cabeça-da-família, alguns pequenos furtos no currículo, muitos ex-namorados, nenhum casamento, 3 filhos de pais diferentes, "conheceu Jesus" aos 35 anos. Esta honrada senhora veio me dizer com todas as letras e um pouco de arrogância, que eu só teria a salvação eterna se me convertesse à sua religião. Isso me levou a refletir sobre minha vida. Não sou santa e tenho defeitos, mas elegi valores que acho válidos para uma vida descente. Conheço Jesus desde que nasci, não só ELE, mas toda sua Sagrada Família faz parte da minha, há várias gerações, onde sempre cultivamos muita fé. Fui educada em colégio religioso. Quando jovem, me apaixonei por alguns rapazes, namorei 3 e casei virgem com o terceiro. Na Igreja e no Civil. Sou mãe dedicada. Fui e sou uma filha que honra pai e mãe, respeita irmãos, família, amigos e desconhecidos. Não tenho inimigos nem vícios. Nunca bebi em demasia, nunca fumei, tampouco me droguei. Contudo acho que cometi um grave erro recentemente: não deveria ter dado gargalhadas ao saber da existência de um certo "Milagre Card", um suposto cartão lançado por um pastor evangélico, que propõe o alcance de um milagre em troca de um depósito bancário. Eu não deveria ter sido tão cruel... Não foi essa a tolerância que João Paulo II me ensinou...
Mil desculpas minha senhora!!!

 Padre Fábio de Melo


Um comentário:

  1. Cynthia, Boa Noite.

    Estou impressionada com a exclusividade da salvação apregoada por esse senhora referida no seu desabafo. Me considero uma criatura eclética nos vários aspectos da vida. Gosto de leitura densa, com conteúdo e ao mesmo tempo gosto de besterol, nos ajuda a dar leveza ao dia. Amo o antigo, me emociono ante as obras clássicas, sejam elas escritas, pintadas, esculpidas, forjadas no ferro, bronze ou qualquer outro metal através do qual o artista se expresse. Igualmente gosto de autores e artistas contemporâneos, muitos, sem nenhuma intenção reflexiva mas, com a saudável missão de nos conduzir pelos bastidores da vida moderna, permitindo-nos uma apreensão do comum, do diário, do humano. Sou Católica Apostólica Romana, inicialmente por tradição e após a idade adulta, por convicção. Agraciada que fui com as luzes da Academia, com graduação em Direito, pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, enveredei também pela Filosofia, exatamente o Curso de graduação da UFPB. Hoje, me vejo com uma pequena bagagem literária que incita minha curiosidade e o desejo de aprender mais. Entretanto em nenhuma das abordagens com as quais lidei, encontrei a certeza da salvação pelo simples fato de professar essa ou aquela religião. Qualquer que seja o livro Sagrado da denominação religiosa, Bíblia, Torá, Corão, o Evangelho Segundo o Espiritismo, Alcorão, a Bhagavad Gita – Livro Sagrado do Hinduísmo, há, invariavelmente, a misericórdia Divina e a conduta do ser humano como meio para se alcançar a salvação. A essa Senhora deixo uma orientação: seja mansa e humilde de coração, pois a esses pertence o Reino dos Céus. A auto-suficiência, a cegueira do fanatismo nos afasta do Pai e do mandamento maior: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”. Lourdinha

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